8.1.07

Aquele abraço

Junte viagens + festas de fim de ano + férias do marido + filhote aprendendo a andar + provedor de internet ruim pra cacete + um leve cansaço e nem precisa misturar bem para o resultado ser um blog totalmente entregue às moscas. Sorry, de verdade.

Veio natal, passou natal. 2007 chegou e deu de cara comigo no vigésimo sono. Nem os fogos da Praia da Costa conseguiram me tirar da cama. Haverá quem pense coisas do tipo "credo, dormindo na virada?". Eu mesma acharia isso imperdoável, impensável e inadimissível tempos atrás. Tempos de desviar champanha do Papai para estourar com as amigas - com a cumplicidade de Dona Cleusa, lógico - de vestir branco, de promessas de ano novo.

(...)

O tempo muda um bocado as coisas. Algumas mudam para melhor, outras nem tanto. Mas, no saldo final, acho que eu sempre saio ganhando. Assim espero.

Pois bem, estamos em janeiro e mês que vem, a essas horas, serei uma ilha cercada de caixas por todos os lados. Mudança das grandes: de casa, de cidade, de estado. E, prevejo, não um longo e tenebroso inverno para este blog, mas temperaturas instáveis sujeitas a folga nas arrumações e boa vontade dos instaladores do novo provedor. Vou morar num fim de mundo, onde Judas perdeu o band-Aid e, dizem, procura até hoje. Mas não é qualquer fim de mundo, é o fim de mundo de uma das cidades mais famosas do planeta, símbolo do país tropical de Ben Jor, brisa da inspiração de Jobim. Terra da bossa, do samba, do Pan 2007 e do carnaval siliconado. Cidade maravilhosa do crime organizado, da linha vermelha e da covardia transvestida de crueldade.

Mas antes que eu comece a carregar nos "erres" da língua, ainda há tempo de desejar a todos um feliz ano novo. Muito amor para colorir os dias cinzas que surgem de vez em quando; felicidade, humildade e gratidão pelas pessoas que amamos; perseverança, determinação e garra para alcançar os objetivos - sejam eles quais forem - e muita saúde para tornar possível a realização de todos eles.

No mais, é "fé em Deus, e pé na tábua".

11.12.06

Ordem na casa

Na minha listinha de afazeres, que já anda pau-a-pau com a do bom velhinho, vi que ando em dívida com a blogosfera. Por ordem de solicitação em três vias e com cópia autenticada, vá lá minha resposta à brincadeira proposta pelo tio Sean, lá nos idos de novembro passado:

Com vocês, as cinco manias da Elis:

1 - Esquentar sorvete no microondas.
2 - Misturar restinhos de sucos diferentes. Reciclagem, meu povo. E fique claro que eu não sirvo para as visitas.
2.1 - Dentro dessa mania, está também a incrível capacidade devorar, na mesma refeição, coisas variadas como um pedaço de leitoa a pururuca junto com uma porção generosa de camarões. Mistureba é o meu segundo nome.
3 - Escovar dentes no banho.
4 - Lavar as louças - sempre - na seguinte ordem: primeiro os copos, xícaras e afins, depois os talheres, depois os pratos, potes etc e, só por último, as panelas. E não é TOC: é metodologia aplicada mesmo.
5 - Criar jacarés na gaveta de calcinhas. Ai, não acredito que confessei essa!!!

Léo fiote: não esqueci do mico não, é que tá difícil de eleger outro, depois que você "plagiou" o meu. ;o)

Ah, antes que eu esqueça: eu e Pipe assistimos ao Fantástico e eu simplesmente amei o episódio de ontem do quadro "Minha Periferia" com a Casé. Resumindo, ela levou Ivan, um garoto de classe média alta, para conhecer na favela Santa Marta, a casa de Anderson, apanhador de bolas do tênis clube que ele frequenta. Eu simplesmente fiquei maravilhada com comportamento e com a educação do menino Ivan. Sem questionamentos, nem preconceito, subiu o morro, encontrou vários conhecidos pelos quais foi muito bem recebido e ainda tirou uma onda tocando caixa com o regente da escolinha de bateria do morro. Surprendeu até mesmo o próprio Anderson, morador da favela, que disse imaginar uma reação totalmente diferente do garoto, achando que ele ficaria com medo do que veria.
Para mim, mais do que a mensagem que crianças são apenas crianças, independente de sua classe social, ficou a lição de que nós, enquanto pais, podemos e devemos fazer de tudo para tornar nossos filhos pessoas livres de qualquer tipo de pre-julgamento, preconceitos e demais sentimentos que as façam pensar que possam ser diferentes, superiores ou inferiores aos outros.
Gostaria que, vários pais que intitulam errôneamente status social, condição financeira, bairrismo e cor da pele como características formadoras de caráter, assistissem a esse vídeo e repensassem a criação de seus filhos.
Fica demonstrada a minha admiração pelos pais desse menino e pela maravilhosa criação que estão dando a ele. Como mesmo disseram os garotos do morro, ao invés de ser um "playboyzinho" metido a besta, o menino é mesmo muito sangue-bom.

8.12.06

Conto de Fraldas

De fato, Roma não tem banheiros públicos. Fato no mínimo curioso, vindo de um lugar que vive coalhado de turistas praticamente o ano todo. Na verdade, não me fez falta alguma, acreditem. Não teve nenhum dia que tenhamos ficado, como vou dizer, à perigo, se é que vocês me entendem. A grande preocupação inicial era com o Pipe, lembram? Mas resolvemos isso, levando na bagagem o carrinho oficial dele. Rapidola: quem aí é mãe, sabe que geralmente os bebês têm dois carrinhos – um meio trombolhão para quando eles são bem “inhos” e outro mais leve e ágil o qual chamamos de guarda-chuva (pela praticidade no abrir/fechar) usado quando eles já estão maiorzinhos.
Pois bem, se fossemos seguir a regra teríamos levado o mais leve e ágil, mas optamos por levar o trombolhão e ponto pra nós: o bicho serviu de berço para as sonecas fora do hotel, cadeira de alimentação, sem contar que nos salvou dos problemas com a falta de banheiros. Era só estacionar num cantinho, reclinar “a poltrona” e fazer o serviço sujo. Só o interior das igrejas foi poupado, por respeito, claro. De resto, boa parte de Roma conhece os documentos do meu filho.

Mas, como eu sei que tem gente ávida pelos detalhes sórdidos (e loucos para imaginar as cenas e rir muito da minha cara), vou contar do único apuro que o Pipe me fez passar nessa viagem. Após almoçarmos próximo à Fontana di Trevi, o Pipe resolveu libertar uns cabritos romanos. Rumamos então para um local próximo onde pudéssemos fazer os devidos reparos, com privacidade. Só ao começar a coisa é que eu me dei conta do tamanho do estrago. Imaginem uma barra de chocolate de mais ou menos 1 quilo e meio deixada dentro de um carro preto fechado, sob um sol de 40º graus. O resultado foi o mesmo, com a diferença de que chocolate cheira bem. Resumindo, calça, body e meias ficaram no lixo, lá mesmo, inutilizáveis. Isso sem falar na pilha de lenços umidecidos. Sem contar o trabalhão que tivemos para encontrar um lixo onde pudéssemos desovar “a coisa”. Ficamos andando, pra lá e pra cá, com a sacolinha amarrada no carrinho. E nem o cheirinho próprio que esse tipo de sacolinha tem – para dissimular o do conteúdo – deu conta do recado. Eu já estava disfarçando para largar a encomenda atrás de uma coluna, quando o Jr. achou um dito cujo. Salva pelo congo. Também, sem banheiro e sem lixo, não há educação que resista, oras. Ah, e antes que vocês imaginem o pobrezinho voltando para o hotel só de fraldas: sim, a mãezona aqui levava, no mínimo, mais duas trocas completas de roupa na bolsa.

E depois disso, todos viveram felizes para sempre. De fraldas limpas, o que é mais importante.

1.12.06

A resenha do resumo de Roma

Roma é maravilhosa, coisa de babar mesmo. Respira-se história o tempo todo e para qualquer lado que se olhe é uma nova foto. A cidade em si é um caos: há somente 3 linhas de metrô, sendo que dessas três uma está em construção, então os carros e as motonetas - tipo vespa - estão por todos os cantos. Entendam “todos os cantos” ao pé da letra: em cima das ilhas nos cruzamentos, nas faixas de pedestre e, principalmente, nas calçadas. Estacionamento não existe, nem nos prédios mais novos. É que tudo que está abaixo do chão é passível de ser ruína histórica (lembremos que Roma são 7 cidades, uma sobre a outra) então ninguém quer confusão com o povo do patrimônio histórico. Imagina você chegar em casa às sete da noite, morto de cansado e ainda ter que disputar uma vaga com a vizinhança. E é disputar mesmo, pois em Roma se dirige de forma a se parecer com os próprios gladiadores no coliseu. Nesse aspecto, temos que dar razão, é mesmo uma coisa de louco.

Mas é só se deparar com aqueles monumentos, as ruínas e qualquer stress vai embora - pelo menos pra gente que não vê o coliseu ou o fórum romano da janela todo dia. As igrejas são um capítulo à parte. É muita arte junta. TODAS são esplendorosas, riquíssimas nos detalhes. Obras de Da Vinci e Bernini, assim, na nossa cara. Êta trem chique. E eu, caipirona lá da terrinha, ali, olhando pra cima com cara de abobada.

As fotos da trupe serão postadas no Imageando.

Por enquanto é só, pessoal. É bom estar de volta.

5.11.06

Fechado para balanço

Logo estaremos de volta com nossa programação normal.
Aguardem e confiram.
Voltem sempre.
Servimos bem para servir sempre.

ooooppppsssss... Tilt, tilt, tilt.

Estou precisando mesmo de férias.

Arrivederci!

28.10.06

Meu(s) sonho(s) possível(eis)

Os preparativos para a viagem à Roma têm me tomando certo tempo. E pra ficar mais divertido, temos ainda dois casamentos para ir, até lá. Dá pra imaginar a correria, né?

Well, o meu amigo Leonardo inventou a moda de confessarmos no blog os nossos mais profundos anseios, através do projeto Meu Sonho Possível. Tá bom, eu também achei que o título ficou a cara do Sílvio Santos. Alguém aí se lembra do "Portas da Esperança"??? Ué, quem sabe não vira um... Afinal, vai que o meu sonho de flanar por aí num Bugatti sensibilize os vossos corações e vocês não resolvam fazer uma vaquinha? OK: melhor um rebanho. E grande, por sinal.

Devaneios à parte...

Quando eu era pequena, sonhava em ser vigia de supermercado, porque achava que isso me daria o direito de comer todas as guloseimas disponíveis. E de grátis. Tudo bem, eu tinha 6, 7 anos, vamos dar um desconto.
Meu primeiro sonho do qual eu tenho lembrança foi uma boneca. Chamava-se "Meu Bebê" e, como o nome já diz, era um bebezinho careca com um fiapinho de cabelo preso numa fita rosa, todo fofo. Era vendido em três tamanhos, mas mamãe não tinha condições de comprar nem o mais "inho". Lógico que eu, pequenucha que era, não entendia bem isso. Daí que eu cheguei a ficar meio doente por causa do diacho da boneca. As amiguinhas que tinham levavam para eu brincar, mas quando iam embora a choradeira vinha acompanhada da febre. Criança tem dessas coisas. Lembro até hoje da felicidade que senti ao avistar aquele bonecão na caixa, atrás da porta de vidro da sala de nossa antiga casa. E mais: da emoção que fez mamãe esconder lágrimas atrás dos óculos. Descobri então o porque de tantas noites atravessadas em frente à máquina de costura. Ela pagou meu sonho com sua costura, seu sono e seu cansaço.

Depois eu desejei, e muito, ter uma bicicleta. Com oito anos de idade, eu mal parava em cima de uma. Foi a febre da Caloi Cross e de pular rampinha na rua de terra. Já eram tempos melhores e meu irmão ganhou a sua, toda cromada. Já as das meninas vinham com detalhes em rosa, um luxo. Então, eis que meu pai, de surpresa, me dá uma Cecizinha azul, com cestinha e tudo. Mas não há limites para um sonho: arranquei cestinha, pára-lamas, depenei a magrela e fui pular rampa. Caí, me esfolei toda, detonei (mais) a bendita Cecizinha e ainda tomei uns cascudos. Tudo sob os risinhos disfarçados do meu irmão, óbvio.

Quando era adolescelente, eu e uma amiga muito porra louca trabalhávamos numa revenda de computadores e passávamos as tardes idealizando o dia em que compraríamos as nossas Harley Davidson nas quais rodaríamos o país. Ver uma moto dessas, me faz lembrar do sonho dessa amiga, em ser aeromoça. Se atingiu sua meta, não sei, pois perdemos contato. Hoje eu desejaria bem mais termos continuado nossa amizade.

Mas a gente cresce e alguns sonhos crescem junto, outros ficam pelo caminho. O sonho da banda, de tocar na TV, de fazer sucesso foi um dos que deram em nada. Foi bom, tive o sucesso que a pequena cidade de 40 mil habitantes poderia me dar. Senti pelo meu irmão quando decidi descer do bonde, mas felizmente, ele não deixou a sua parte nesse sonho morrer. E eu ainda hei de ter o gosto de entrar numa loja para comprar um CD dele.

Sonho em morar numa casa, cercada de redes, com jardim e churrasqueira. Quem sabe com um ou dois labradores, mas daí seria exigir demais, principalmente do Jr que não é lá muito fã dos pulguentos.
Sonho em vencer o medo de aprender a nadar, em cozinhar de verdade, em fazer salto livre.
Sonho com a possibilidade de rever minha irmã, ou, pelo menos, descobrir o que de fato aconteceu.
Sonho com meu filho e meus sobrinhos gente feita, batalhando pelo seu espaço e vencendo. É, mas daí esse sonho já não depende só de mim.

Há sonhos que se tornam bem maiores do que seus sonhadores. E hoje posso dizer, sem sombra de dúvida, que meu maior sonho eu realizei no dia em que vi meu filho pela primeira vez.

Ainda restam alguns sonhos, pequenos objetos de desejo e realização. Desejo muito voltar a estudar, algo ligado à criação e artes visuais ou fotografia. Sonho em fazer mestrado, doutorado e tudo o que se tem direito. Voltar ao mercado de trabalho, mas do meu jeito, fazendo algo que eu realmente goste e que não me roube demais do meu filho e do meu marido. Sonho em melhorar a minha qualidade de vida, comer direito, praticar mais exercícios, ser mais saudável. Sonho em falar direito inglês e aprender mais um idioma. Sonho em envelhecer fazendo bolo para os netos e caminhar de mãos dadas com o Jr até meus últimos dias.

Nada de impossível. Pois impossível mesmo é não sonhar, não desejar, não querer.

Quem sabe a , a Yara, a Dani e o tio Sean não nos contam também os seus mais íntimos anseios???

E vamos abrir as Portas da Esperança!

20.10.06

A distância...

... traz saudades.
Nunca o esquecimento.