8.12.06

Conto de Fraldas

De fato, Roma não tem banheiros públicos. Fato no mínimo curioso, vindo de um lugar que vive coalhado de turistas praticamente o ano todo. Na verdade, não me fez falta alguma, acreditem. Não teve nenhum dia que tenhamos ficado, como vou dizer, à perigo, se é que vocês me entendem. A grande preocupação inicial era com o Pipe, lembram? Mas resolvemos isso, levando na bagagem o carrinho oficial dele. Rapidola: quem aí é mãe, sabe que geralmente os bebês têm dois carrinhos – um meio trombolhão para quando eles são bem “inhos” e outro mais leve e ágil o qual chamamos de guarda-chuva (pela praticidade no abrir/fechar) usado quando eles já estão maiorzinhos.
Pois bem, se fossemos seguir a regra teríamos levado o mais leve e ágil, mas optamos por levar o trombolhão e ponto pra nós: o bicho serviu de berço para as sonecas fora do hotel, cadeira de alimentação, sem contar que nos salvou dos problemas com a falta de banheiros. Era só estacionar num cantinho, reclinar “a poltrona” e fazer o serviço sujo. Só o interior das igrejas foi poupado, por respeito, claro. De resto, boa parte de Roma conhece os documentos do meu filho.

Mas, como eu sei que tem gente ávida pelos detalhes sórdidos (e loucos para imaginar as cenas e rir muito da minha cara), vou contar do único apuro que o Pipe me fez passar nessa viagem. Após almoçarmos próximo à Fontana di Trevi, o Pipe resolveu libertar uns cabritos romanos. Rumamos então para um local próximo onde pudéssemos fazer os devidos reparos, com privacidade. Só ao começar a coisa é que eu me dei conta do tamanho do estrago. Imaginem uma barra de chocolate de mais ou menos 1 quilo e meio deixada dentro de um carro preto fechado, sob um sol de 40º graus. O resultado foi o mesmo, com a diferença de que chocolate cheira bem. Resumindo, calça, body e meias ficaram no lixo, lá mesmo, inutilizáveis. Isso sem falar na pilha de lenços umidecidos. Sem contar o trabalhão que tivemos para encontrar um lixo onde pudéssemos desovar “a coisa”. Ficamos andando, pra lá e pra cá, com a sacolinha amarrada no carrinho. E nem o cheirinho próprio que esse tipo de sacolinha tem – para dissimular o do conteúdo – deu conta do recado. Eu já estava disfarçando para largar a encomenda atrás de uma coluna, quando o Jr. achou um dito cujo. Salva pelo congo. Também, sem banheiro e sem lixo, não há educação que resista, oras. Ah, e antes que vocês imaginem o pobrezinho voltando para o hotel só de fraldas: sim, a mãezona aqui levava, no mínimo, mais duas trocas completas de roupa na bolsa.

E depois disso, todos viveram felizes para sempre. De fraldas limpas, o que é mais importante.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home