11.12.06

Ordem na casa

Na minha listinha de afazeres, que já anda pau-a-pau com a do bom velhinho, vi que ando em dívida com a blogosfera. Por ordem de solicitação em três vias e com cópia autenticada, vá lá minha resposta à brincadeira proposta pelo tio Sean, lá nos idos de novembro passado:

Com vocês, as cinco manias da Elis:

1 - Esquentar sorvete no microondas.
2 - Misturar restinhos de sucos diferentes. Reciclagem, meu povo. E fique claro que eu não sirvo para as visitas.
2.1 - Dentro dessa mania, está também a incrível capacidade devorar, na mesma refeição, coisas variadas como um pedaço de leitoa a pururuca junto com uma porção generosa de camarões. Mistureba é o meu segundo nome.
3 - Escovar dentes no banho.
4 - Lavar as louças - sempre - na seguinte ordem: primeiro os copos, xícaras e afins, depois os talheres, depois os pratos, potes etc e, só por último, as panelas. E não é TOC: é metodologia aplicada mesmo.
5 - Criar jacarés na gaveta de calcinhas. Ai, não acredito que confessei essa!!!

Léo fiote: não esqueci do mico não, é que tá difícil de eleger outro, depois que você "plagiou" o meu. ;o)

Ah, antes que eu esqueça: eu e Pipe assistimos ao Fantástico e eu simplesmente amei o episódio de ontem do quadro "Minha Periferia" com a Casé. Resumindo, ela levou Ivan, um garoto de classe média alta, para conhecer na favela Santa Marta, a casa de Anderson, apanhador de bolas do tênis clube que ele frequenta. Eu simplesmente fiquei maravilhada com comportamento e com a educação do menino Ivan. Sem questionamentos, nem preconceito, subiu o morro, encontrou vários conhecidos pelos quais foi muito bem recebido e ainda tirou uma onda tocando caixa com o regente da escolinha de bateria do morro. Surprendeu até mesmo o próprio Anderson, morador da favela, que disse imaginar uma reação totalmente diferente do garoto, achando que ele ficaria com medo do que veria.
Para mim, mais do que a mensagem que crianças são apenas crianças, independente de sua classe social, ficou a lição de que nós, enquanto pais, podemos e devemos fazer de tudo para tornar nossos filhos pessoas livres de qualquer tipo de pre-julgamento, preconceitos e demais sentimentos que as façam pensar que possam ser diferentes, superiores ou inferiores aos outros.
Gostaria que, vários pais que intitulam errôneamente status social, condição financeira, bairrismo e cor da pele como características formadoras de caráter, assistissem a esse vídeo e repensassem a criação de seus filhos.
Fica demonstrada a minha admiração pelos pais desse menino e pela maravilhosa criação que estão dando a ele. Como mesmo disseram os garotos do morro, ao invés de ser um "playboyzinho" metido a besta, o menino é mesmo muito sangue-bom.

8.12.06

Conto de Fraldas

De fato, Roma não tem banheiros públicos. Fato no mínimo curioso, vindo de um lugar que vive coalhado de turistas praticamente o ano todo. Na verdade, não me fez falta alguma, acreditem. Não teve nenhum dia que tenhamos ficado, como vou dizer, à perigo, se é que vocês me entendem. A grande preocupação inicial era com o Pipe, lembram? Mas resolvemos isso, levando na bagagem o carrinho oficial dele. Rapidola: quem aí é mãe, sabe que geralmente os bebês têm dois carrinhos – um meio trombolhão para quando eles são bem “inhos” e outro mais leve e ágil o qual chamamos de guarda-chuva (pela praticidade no abrir/fechar) usado quando eles já estão maiorzinhos.
Pois bem, se fossemos seguir a regra teríamos levado o mais leve e ágil, mas optamos por levar o trombolhão e ponto pra nós: o bicho serviu de berço para as sonecas fora do hotel, cadeira de alimentação, sem contar que nos salvou dos problemas com a falta de banheiros. Era só estacionar num cantinho, reclinar “a poltrona” e fazer o serviço sujo. Só o interior das igrejas foi poupado, por respeito, claro. De resto, boa parte de Roma conhece os documentos do meu filho.

Mas, como eu sei que tem gente ávida pelos detalhes sórdidos (e loucos para imaginar as cenas e rir muito da minha cara), vou contar do único apuro que o Pipe me fez passar nessa viagem. Após almoçarmos próximo à Fontana di Trevi, o Pipe resolveu libertar uns cabritos romanos. Rumamos então para um local próximo onde pudéssemos fazer os devidos reparos, com privacidade. Só ao começar a coisa é que eu me dei conta do tamanho do estrago. Imaginem uma barra de chocolate de mais ou menos 1 quilo e meio deixada dentro de um carro preto fechado, sob um sol de 40º graus. O resultado foi o mesmo, com a diferença de que chocolate cheira bem. Resumindo, calça, body e meias ficaram no lixo, lá mesmo, inutilizáveis. Isso sem falar na pilha de lenços umidecidos. Sem contar o trabalhão que tivemos para encontrar um lixo onde pudéssemos desovar “a coisa”. Ficamos andando, pra lá e pra cá, com a sacolinha amarrada no carrinho. E nem o cheirinho próprio que esse tipo de sacolinha tem – para dissimular o do conteúdo – deu conta do recado. Eu já estava disfarçando para largar a encomenda atrás de uma coluna, quando o Jr. achou um dito cujo. Salva pelo congo. Também, sem banheiro e sem lixo, não há educação que resista, oras. Ah, e antes que vocês imaginem o pobrezinho voltando para o hotel só de fraldas: sim, a mãezona aqui levava, no mínimo, mais duas trocas completas de roupa na bolsa.

E depois disso, todos viveram felizes para sempre. De fraldas limpas, o que é mais importante.

1.12.06

A resenha do resumo de Roma

Roma é maravilhosa, coisa de babar mesmo. Respira-se história o tempo todo e para qualquer lado que se olhe é uma nova foto. A cidade em si é um caos: há somente 3 linhas de metrô, sendo que dessas três uma está em construção, então os carros e as motonetas - tipo vespa - estão por todos os cantos. Entendam “todos os cantos” ao pé da letra: em cima das ilhas nos cruzamentos, nas faixas de pedestre e, principalmente, nas calçadas. Estacionamento não existe, nem nos prédios mais novos. É que tudo que está abaixo do chão é passível de ser ruína histórica (lembremos que Roma são 7 cidades, uma sobre a outra) então ninguém quer confusão com o povo do patrimônio histórico. Imagina você chegar em casa às sete da noite, morto de cansado e ainda ter que disputar uma vaga com a vizinhança. E é disputar mesmo, pois em Roma se dirige de forma a se parecer com os próprios gladiadores no coliseu. Nesse aspecto, temos que dar razão, é mesmo uma coisa de louco.

Mas é só se deparar com aqueles monumentos, as ruínas e qualquer stress vai embora - pelo menos pra gente que não vê o coliseu ou o fórum romano da janela todo dia. As igrejas são um capítulo à parte. É muita arte junta. TODAS são esplendorosas, riquíssimas nos detalhes. Obras de Da Vinci e Bernini, assim, na nossa cara. Êta trem chique. E eu, caipirona lá da terrinha, ali, olhando pra cima com cara de abobada.

As fotos da trupe serão postadas no Imageando.

Por enquanto é só, pessoal. É bom estar de volta.